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No dia 24 de maio de 2015, o Papa Francisco assinou sua segunda encíclica, Laudato Si’. 

Como uma celebração do aniversário, foi realizada a primeira conversa como preparação para a realização da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, que tem como propósito reavivar o compromisso pastoral dos discípulos missionários e que será realizada no México em novembro de 2021.

Na conversa foi realizada uma análise interessante sobre a inter-relação entre os dois documentos de relevância para o cuidado da criação, a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe “Aparecida”  celebrada em 2007  e a encíclica Laudato Si publicada 8 anos depois. 

Graças a estes documentos, aumentou a participação dos católicos e católicas no mundo todo e, especialmente, a esperança de um futuro melhor.

Assista o vídeo completo aqui:

Na conversa, Frei Rodrigo Peret, OFM Brasil, compartilhou suas ideias sobre os processos e desafios desde a conferência de Aparecida até a encíclica Laudato Si, destacando que é importante ver a conferência de Aparecida como parte de um processo histórico em um continente marcado pela dor e pela alegria.

Em sua participação, Frei Rodrigo nos lembrou que Deus deixou os bens da terra para todos os seres vivos e não apenas para os humanos, por isso são importantes os avanços de hoje que promovem a ideia de preservação para as gerações futuras, considerando a ecologia humana e o desenvolvimento sustentável.

No conteúdo de Aparecida destaca-se que negligenciar as relações mútuas de equilíbrio que o próprio Deus estabelece é um atentado à biodiversidade e à vida. A casa comum, o grito da terra e o grito dos pobres, o cuidado, a interdependência entre os seres, o valor intrínseco de cada ser, a ecologia integral, já foram questões importantes na América Latina e no Caribe que conseguem evoluir a partir da conferência de Aparecida até a Laudato Si’.

Roxana Esqueff do Uruguai, contribuiu falando sobre as redes eclesiais entre Aparecida e Laudato Si’, compartilhou em uma linha do tempo organizações que foram criadas a partir de Aparecida e sua importante interação para poder atender a estes importantes temas, visto que o caminho é muito mais fácil quando nós o realizamos unidos. 

Redes geram dinamismo, atuar juntos é um mandato evangélico, não somos convidados a caminhar sozinhos, temos que fazer ações pequenas, mas muitas, e assim contagiar os outros, destacou Roxana.

Diante do individualismo, Jesus nos chama a viver e caminhar juntos, em um processo ao longo do tempo para podermos ouvir o grito da terra e o grito dos pobres.

A Laudato Si’ nos lembra que se superarmos o individualismo, podemos mudar significativamente a sociedade, não basta que cada um seja melhor para resolver uma situação tão complexa como a que o mundo enfrenta hoje.

A conversão ecológica é necessária para criar uma verdadeira mudança, porque deve ser uma conversão comunitária (LS 217), destacou Roxana em seu discurso, citando a Laudato Si’.

A intervenção de Maureen Villanueva de México analisou a importância de Aparecida e da Laudato Si’ na prática em sua análise. Por exemplo, ela citou como resultado a criação da Querida Amazônia, documento sucessor da Laudato Si’ transmitindo essa preocupação da família, ecologia, política, tecnologia e a relação socioambiental mencionados na Laudato Si´.

Na prática, têm-se obtido respostas concretas sobre o que se reflete em Aparecida, com ações muito específicas como o Sínodo para a Amazônia e a Laudato Si’, através da disposição como povo e do trabalho das paróquias.

Isso resultou em vários espaços de encontro do qual todos fazemos parte e a Laudato Si é colocada em prática para enfrentar a crise climática.

Ela concluiu a conversa com um convite para o Curso de Animadores Laudato Si’ oferecido pelo Movimento Católico Global pelo Clima e para participarem de Círculos Laudato Si’ além do convite para participar do próximo encontro, que será realizado no dia 30 de junho, onde será abordado o tema da Proclamação do Evangelho na América Latina e no Caribe.

O evento, moderado por María José Carbajal do Equador e David Bruna do Chile, foi um momento de análise e reflexão, mas acima de tudo de inspiração para continuar cuidando da criação.